3/03/2010

Vórtice




Vórtice


Quedando em imensa velocidade...

Sinto tudo a minha volta girar...

absolutamente tudo!!!

Sem referências para me agarrar...

Sem pessoas ou lugar pra pousar...

Meu corpo é refém... tal qual o pensamento...

Sob a fúria do abismo que me traga e contém...


Muito além...

Em magia profana...

Vejo meu reflexo marcando forte...

linhas do destino pra mim mesmo...


A imagem se apaga tal forte é a turbulência... centrípeta aceleração que consome a alma...

Trazendo a calma... da linha negra que se cruza uma vez... apenas numa existência... (Morte)


Mas em pleno mergulho que ameaça a própria consciência...

Me entrego em corpo primeiro... e em alma...

Restando apenas o princípio... intacto... pois não pôde ser trocado ou preterido...


Despido e em fúria...

Meu eu animal... se harmoniza com o cenário infernal que me contém...

Uma queda de milhares da anos...

Séculos velozmente regredidos em imensa fúria...

Demoníaca fúria...

Que só os próprios o conhecem....


Assim fugaz...

Meu eu que nada resta....

Se reúne em tal jornada com seus iguais...


Num universo novo...

Uma nova ordem ressurge e satisfaz...

No princípio!!!

2/20/2010

a alma é livre como sou!




a alma é livre como sou!
a mente é livre como sou!
a visão é ampla
e como sou
certo dia vou morrer

pois quem sabe vive
quem é morto morre


meus pés
sustentam minhas mãos
que se orientam pelos meus olhos
que olha na direção definida pelo cérebro
que apenas obedece o que diz a alma
mas a alma não é sustentanda pelos meus pés ou pelos pés de ninguém

a alma é livre como sou!

 

Humanidade

Minhas dores são eternas
E eu as carrego nas lembranças de meninos de rua e mendigos vestidos com sacos de lixo para não nos constranger

Não sou livre para socorrer um aflito que sangra na rua
Não escolho como gastar meu tempo em função do trabalho
Não penso o que perco de minha humanidade
Não respiro todo o ar da liberdade que almejo, que posso, que vou conquistar

Neste lapso de tempo
Apenas colho experiências para a guerra que irá se apresentar
Entre mortos e feridos estarei preparado para a verdade do dinheiro, da promessa, do pagamento
Pois sou morto vivo e não tenho nada a perder além de uma lembrança de humanidade
Que justifica os meus dias em profunda concentração

Um momento haverá apenas
Para que nossas penas sejam libertadas
E possamos partir
Sem estas dores eternas que nos tocam na humanidade que restou!