6/24/2006

A caneta marca!




A caneta marca!
O papel simboliza uma sentença de morte!
Cabeças rolam, pessoas sofrem, a vida enferruja!
A roupa passada e cheirosa, contrasta com o sóbrio paternal do terno preto!

Advogado ou procurador, todos participam do jogo!
Condenam homens à penúria que eles não padecem!
Brincam de Deus à revelia do que é certo!
Executam o Jurídico sem Justiça, que é feita segundo por eles por DEUS!

A Lei apenas olha para o passado!
Os dias passam cinzas, dentro da poeira de processos intermináveis!
Faz-se justiça?
Onde?
Aonde?
Porque?

Pendências, atravancam as vidas dos sofridos!
Ricos pagam pelo fel que sentem os que não podem!
Muitos se comem, agem infantis como se ninguém os pegasse!
Saem dos prédios lotados!
Voltam a ser vulneráveis!

Comem mulheres!
Dormem meretrizes!
Trocam com o mundo mercadorias questionáveis!
O próprio corpo, dinheiro, prazer para esquecer o que fazem!
O que não sabem fazer!

Terno, gravata e pasta!
A caneta marca!
Justiça não há!
As mulheres os dominam!

Poesia feita em resposta à poesia de Lilian Maial




SURTO
Lílian Maial


Há um outro oculto,
disfarce de homem,
conveniente, correto,
analisado e discreto.

Cheio de ódio e tédio,
ímpetos adiados,
vontades silentes,
atrocidades.

Deseja,
cobiça,
preguiça.

De repente, libido!
Pecado sofrido,
tormenta de vitrine,
lenda de antigas batalhas.

Guerrilheiro grisalho,
gravata apertada,
urgentes compromissos,
noivado na sala.

A respiração pode esperar,
o impulso pode esperar,
o gozo pode esperar.

Há muita chuva e muito sol.
Tarde demais para tanto orvalho.

Restam os fuzis enferrujados,
os delírios de Lampião,
as teias das trincheiras,
com que cava o abismo
entre os nós.

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