6/30/2006

O tempo!



Ser Cruel! 29/06/2006 22:51

Não sou mau!
Mesmo quando causando sofrimento alheio
Não faço por vontade!
Mas por falta de...

Quando vejo uma flor
Penso a cada segundo que irá se consumir
E nem tão flor, restará amor?

Terá vivido sua existência vívida
Nem tão vivida
Nem tão dona da verdade?

A mulher diz que é pura maldade!
Ela encanta, confunde, ilude, seduz!
Já a flor reduz!
Resta como pó!

A flor não é má!

Mas por demais da conta
Eu a seco...
Por ser tão flor!
Por ser tão viva!
Por ser alegre!

Eu a consumo como uva, vinho, vinagre!
Dou-lhe de beber o sal da terra,
Deixo-a secar no chão
Enquanto brincando de brincar...
Eu passo por ela!

Não porque seja mau!
Sou cruel!
Algoz, manipulador!
Torno vítima até a mais bela diva, estrela, atriz!
só pra ver de perto seu último suspiro...

Porque sou assim...
Desde o princípio, ai de mim...
Sofro a agonia de quem resta...
Aflito...

No transcorrer dos fatos...
Os olhos de soslaio...
Se fecham...
Todos meus atos!

Apenas porque sou eu!
Ah! E como sou cruel!

Deixo passar a vida em retrospectiva
por pura necessidade de se justificar minha existência!
E será muito pior, quanto maiores as conquistas!

Sempre fui só...
Sempre fui cruel...
Jamais nasci...
Muito menos morri!

Meu nome é Tempo!
O primeiro e último!
O que fica sempre atento!
Bem ao lado do Senhor em todas as horas!

3 comentários:

Anônimo disse...

O tempo das incertezas mora dentro de cada um de nós. É crudelíssimo! Nada o impede de seguir avante.

Edson, casa palavra sua, é pura rendição pra quem a lê.

Beijos

Ana Cristina Souto

Unknown disse...

Ser poeta...é ser entrega...é sentir a dor do outro...
O tempo, esse companheiro...que corre como o vento..não a nosso contento...lamento.
Dúvidas e incertezas...são sentimentos..querências..
Gostei da viagem interior que fizeste...dentro de nós ...guardamos segredosque expressamos em forma e poesias...
Tudo de bom e belo, amigo.
beijos

Sue Nery

Guerrilheiro das Palavras disse...

as palavras deste poema me tocaram no fundo do meu ser. Um belíssimo poema. Meus parabéns. Me filio a esse vazio de não sonhar.